Com queda do uso obrigatório de máscara, paranaenses aumentam visitas ao dentista
V3 Assessoria de Imprensa
Após dois anos em que a máscara facial foi uma medida obrigatória
para evitar a disseminação do novo coronavírus, o governo do Paraná e a
Prefeitura de Curitiba decretaram, no final de março, o fim da obrigatoriedade
de uso do item em ambientes fechados. Cerca de duas semanas depois, clínicas e
centros odontológicos da capital paranaense já começam a sentir o impacto da
medida, com aumento expressivo na procura por tratamentos.
No Centro de Odontologia do Hospital IPO, por exemplo, o Dr.
Frederico Fortes relata que recentemente a procura cresceu cerca de 50%, enquanto
no Centro Odontológico Pio XII o Dr. Vitório Bonacin Filho aponta uma alta de
25% em tratamentos que não são de emergência. O crescimento na demanda
contempla não apenas as necessidades de manutenção da saúde bucal, como também
os procedimentos estéticos e ortodônticos.
“O pessoal tem buscado um tratamento mais estético, o
brasileiro se preocupa muito com a estética. Após o fim da obrigatoriedade do
uso de máscara a procura por clínicas de odontologia acabou aumentando, seja
por conta do atraso de alguns pacientes em tratar a saúde bucal ou por uma
questão estética mesmo”, comenta Fortes. Ainda segundo os especialistas, o que
aconteceu na pandemia é que muita gente acabou deixando de realizar o
acompanhamento regular com um dentista, ficando de lado a manutenção dentária e
a saúde bucal.
Agora, com os rostos expostos e o sorriso à mostra, essas
mesmas pessoas estão procurando retomar a rotina de saúde bucal que tinham
anteriormente e também melhorar o aspecto estético, realizando limpezas,
trocando restaurações e fazendo clareamento dental, por exemplo. “Nosso setor
de profilaxia e limpeza está bombando, porque a pessoa tira a máscara e vê que
tem uma necessidade que não é só de saúde, é estético também. Então a retirada
da máscara aumentou a procura por questões estéticas”, diz o dentista Bonacin
Filho. “Temos recebido muitos pacientes que dizem que não tratam o dente há
dois anos e agora estão doidos para tirar a máscara, mas estão com dente
amarelado, cárie, e querem arrumar”, complementa. Hábitos da pandemia
prejudicam a saúde bucal O retorno dos pacientes aos consultórios odontológicos
traz infeliz constatação: a saúde bucal das pessoas está, via de regra, bem
pior que antes da pandemia, tanto pelo tempo sem acompanhamento de um dentista
como pelo consumo de alimentos não saudáveis.
“O que aconteceu muito é que as pessoas estão comendo mais,
fazendo mais comida em casa ou mesmo pedindo muita comida. O uso excessivo dos
dentes, consumo de alimentos muito doces, isso é prejudicial para a saúde
bucal. Os pacientes estão voltando com quadros bem piores do que víamos
anteriormente”, constata Fortes.
“Durante a pandemia houve um aumento muito grande de doenças
de gengiva, provocadas por bactéria. Pessoal come, não escova o dente direito e
aí fica com o alimento apodrecendo na boca. Quando coloca a máscara, esquenta
boca e a bactéria vai crescendo, o que vai provocar manchas no dente, cárie,
gengivite, tártaro e etc e tal, que é o que está fazendo as pessoas procurarem
o dentista agora”, emenda Bonacin Filho.
“A saúde bucal muitas vezes é deixada de lado, as pessoas
não dão a devida importância para a questão da boca. Pensam ‘é um dente lá do
fundo, tá escondido, ninguém vai ver’. Mas a saúde começa pela boca, é lá onde
se tem mais bactétras no corpo humano. Manter hábitos saudáveis, com visitas
frequentes ao dentista, são fundamentais para a saúde em geral do dentista do
Hospital IPO, Dr. Frederico Fortes Enxágue, uso de fio dental e outras medidas
importantes A cirurgiã dentista Roberta Held destaca ainda que, com ou sem
máscara de proteção, os cuidados e os tratamentos dentários não devem ser
deixados para depois.
“O sorriso, sem dúvida, é um cartão de visita em todas as
atividades que realizamos na vida e a saúde bucal é o fundamento para o nosso
bem-estar como um todo”, diz ela. Por isso, manter hábitos de enxágue e uso de
fio dental são fundamentais, bem como fazer uma visita periódica ao seu
dentista. Via de regra, o intervalo recomendado entre uma e outra consulta é de
seis meses, mas esse prazo pode ser alongado ou encurtado dependendo da
avaliação do profissional que lhe atende. “Outra dica bem legal que eu sempre
dou diz respeito aos doces ao longo da manhã, do dia.
As vezes a pessoa come uma bala às três da tarde e só vai
escovar o dente antes de dormir, só que essa sacarose que fica na sua boca é
prejudicial. As vezes é melhor comer 10 balas logo após o almoço e escovar o
dente em seguida do que comer uma no meio da tarde e só escovar o dente horas
depois. Isso é totalmente prejudicial para a saúde”, finaliza o Dr. Frederico
Fortes.
Fonte: Bem Paraná