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Gripe X Resfriado

Gripe e resfriado são infecções das vias aéreas causadas por vírus que  apesar de apresentarem semelhança em sua sintomatologia são doenças com evolução e agentes etiológicos distintos. A gripe, também chamada influenza, é uma infecção respiratória causada pelos vírus da família Influenza. Exitem vários subtipos de Influenza capazes de provocar quadros gripais mais ou menos severos.  O resfriado  pode ter como etiologia  vírus diversos entre eles: adenovirus, vírus sincicial respiratório, coronavirus, parainfluenza e rinovírus sendo este o mais comum.

As manifestações clínicas dessas patologias englobam congestão nasal, rinorréia, espirros, tosse, dor de garganta sendo que duas das principais diferenças entre a gripe e o resfriado envolvem o estado geral do paciente e a oscilação da temperatura corporal. O resfriado tende a evoluir como um quadro mais brando sem provocar febre e com pouco acometimento geral enquanto na gripe a febre é comum e os  pacientes apresentam-se com significativa prostração, cefaléia além de mialgia e artralgia.

Essas duas patologias são altamente contagiosas, a transmissão pode ocorrer por contato direto (pessoa-pessoa) ou indireto através de superfícies e objetos contaminados. A transmissão direta ocorre pela via respiratória por meio de gotículas expelidas durante o ato de espirrar, tossir ou falar do indivíduo infectado. A pessoa com influenza pode transmitir o vírus para outras pessoas até aproximadamente 1 metro e meio de distância. Essa disseminação ocorre mais facilmente em ambientes fechados, sobretudo no inverno quando as pessoas ficam por mais tempo juntas. O período de transmissão situa-se entre 24 horas antes do início dos sintomas até 1 a 2 dias após o término da febre.

 

A duração dos sintomas varia entre 4 a 7 dias podendo se estender por até 2 semanas. A tosse pode persistir por semanas após o fim dos sintomas. Nos resfriados as complicações são raras e incluem exacerbações de quadros respiratórios de base como a asma além de infecções bacterianas  secundárias como sinusite ou otite. Entretanto a gripe pode apresentar uma maior taxa de complicações entre elas pneumonia pelo próprio influenza ou por outras bactérias.

 

Algumas medidas comportamentais são importantes para a redução da transmissão desses vírus como lavar as mãos, utilizar lenços descartáveis para limpar o nariz, não compartilhar objetos de uso pessoal como talheres, pratos ou copos, manter os ambientes bem ventilados e evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe. É fundamental também cobrir o nariz ao tossir e espirrar sem utilizar as mãos para isso mas sim a área interna entre o braço e o antebraço dessa forma evitamos posteriormente tocar em objetos com as mãos cheias de vírus. Além dessas orientações a vacinação anual contra gripe, principalmente em idosos, crianças e pessoas com comprometimento do sistema imunológico  reduz significativamente a morbimortalidade dessas patologias.

O tratamento é sintomático com analgésicos, antitérmicos entre outras classes medicamentosas além de hidratação e repouso. Não há indicação para utilização de antibiótico na ausência de complicações. Além da vacina contra a gripe, existem remédios específicos contra o vírus influenza, que quando indicados devem ser administrados nas primeiras  48 horas da doença período de maior eficácia da droga. A medicação mais conhecida é o Oseltamivir (Tamiflu®) o qual atua reduzindo a proliferação viral e assim consequentemente diminui a duração, intensidade e gravidade do quadro infeccioso além de previnir complicações. O tratamento específico é indicado em crianças, idosos e pessoas com comprometimento do sistema imunológico

Dr. Krystal Calmeto Negri CRM 34288 / RQE 19305

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